Martin Heidegger (1889–1976)


Existencialista e crítico social alemão. A sua obra mais importante, Sein und Zeit (1927, trad. ing. Being and Time, 1962) abre caminho à procura do Ser, que caracteriza as suas obras. A humanidade moderna perdeu a "proximidade e o abrigo" do Ser; já não nos sentimos à vontade no mundo como o homem primitivo se sentia; a verdade já não nos é revelada; o pensamento está separado do Ser e apenas um pequeno número de privilegiados podem ter alguma esperança de recuperar a unidade com o Ser. Muitos destes temas, em especial a crença na possibilidade de escapar da metafísica e voltar a uma comunhão autêntica com a natureza independente, eram lugares-comuns do romantismo alemão, mas a maneira como foram reformulados por Heidegger cativou a imaginação do século XX. Embora Aristóteles faça da ciência do Ser o culminar de toda a investigação e o objecto da metafísica, é um tanto difícil dizer seja o que for acerca do Ser propriamente dito, de modo que o que o substitui é a consciência que as pessoas têm do seu lugar no mundo ou do que o mundo é para elas (o seu Dasein), que se torna então o assunto a investigar. Liberdade, existência no mundo, inautenticidade, angústia, culpa e destino tornam-se, portanto, os temas principais. Nas últimas obras, Heidegger inclinou-se para uma espécie de fatalismo histórico, sendo algumas vezes visto como um herdeiro da tradição de Dilthey. A influência constante de Heidegger deve-se pelo menos em parte à sua crítica da modernidade e da democracia, que ele associa a uma falta de respeito pela natureza, considerada independentemente dos usos que a humanidade lhe dá. (InDicionário de Filosofia, de Simon Blackburn. Gradiva, 1997.)


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