Antero Tarquínio de Quental nasceu a 18 de abril de 1842 em Ponta Delgada, no Açores.
Com dez anos foi para Lisboa completar os seus estudos. Aos 16 anos ingressou na Faculdade de Direito de Coimbra, onde tomou contato com as principais as idéias vigentes em toda a Europa e acabou se afastando dos valores conservadores e católicos herdados na infância. Em 1864 publicou "Odes Modernas", obra que, junto com Visão dos Tempos e “Tempestades Sonoras” de Teófilo Braga, é responsável por provocar a polêmica "Questão Coimbrã".Em 1865 foi para Paris com intenção de por em prática as suas teorias socialistas.Em 1871, após ver frustrada essa tentativa, retorna a Portugal e passa a ser um dos líderes das Conferências Democráticas, que determinam o fim da "Questão Coimbrã", com a vitória dos jovens Realistas sobre os velhos Românticos.
A partir daí Antero de Quental dedica-se quase que exclusivamente à defesa dos ideais socialistas. Isso só muda 1873 quando seu pai falece e ele se vê forçado a retornar a Punta Delgada para assumir os negócios da família. Para aumentar ainda mais seus sofrimentos vê a violenta repressão às lutas operárias deitado de costas em uma cama, pois é atacado por uma estranha doença que o faz passar a maior parte nessa posição. Tudo isso vai, pouco a pouco, deixando-o muito deprimido e ele acaba se suicidando em 11 de setembro de 1891 com um tiro de revólver.
A produção poética de Antero de Quental está intimamente ligada a sua vida. Isso pode ser percebido claramente no livro "Sonetos", organizado pelo crítico literário Antônio Sérgio em oito partes. Na primeira delas, "da expressão lírica do amor-paixão", vemos um poeta lírico que segue as regras da escola Romântica; na segunda parte, "do apostolado social", vemos uma poesia revolucionária, voltada para o momento histórico da época e com uma nítida preocupação social; as outras seis partes ("do pensamento pessimista", "do desejo de evasão", "da morte", "do pensamento em Deus", "da metafísica" e "da voz interior e do amor puro, sempiterno") referem-se ao período em que ele retorna para Punta Delgada é atacado pela estranha doença. Nas quatro últimas partes há ainda o predomínio dos temas metafísicos.
Devido à perfeição técnica dos seus sonetos, Antero de Quental é considerado um dos melhores sonetistas portugueses, dividindo esse título apenas com Bocage e Camões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário