Michael Dummett (n. 1925)


Filósofo da lógica e da linguagem inglês. Dummett tem sido um dos filósofos ingleses mais influentes da segunda metade do século XX. A sua obra centra-se na filosofia da linguagem e na filosofia da matemática e ostenta uma simpatia óbvia pelos ideais verificacionistas e construtivistas. Manteve acesa, quase sozinho, a chama do intuicionismo como algo filosoficamente interessante, ao mesmo tempo que as suas robustas obras sobre filosofia da linguagem inspiraram um interesse contínuo na relação entre os dados, ou a assertibilidade, por um lado, e a verdade, por outro. Dummett é igualmente conhecido por reavaliar sem cedências a tradição ocidental, encarando as obras anteriores ao aparecimento da filosofia analítica como fatalmente deficientes por terem assumido a epistemologia como fundamental, ao passo que a abordagem correcta, que dá um papel fundacional à preocupação pela linguagem, só ganhou destaque com a obra de Frege. Os críticos têm discutido se, sendo assim, o pensamento de Frege terá nascido "órfão de interferências externas", objectando ainda que em Platão e Aristóteles, na escola nyaya de filosofia indiana e em muitos outros, há mais do que uma preocupação passageira com o significado. Além disso, a investigação supostamente pura da linguagem no século XX tem muitas vezes mantido uma proximidade dúbia com a epistemologia e a metafísica. As obras de Dummett incluem Frege: Philosophy of Language (1973), e as colectâneas de ensaios Truth and Other Enigmas (1978) e The Seas of Language (1994). Interesses bastante diferentes encontram-se em The Game of Tarot (1980), onde esse jogo é explorado com o fim de desacreditar o que, segundo Dummett, são as teorias irracionais e a pseudo-história dos ocultistas, assim Style and Grammar(1993), onde se explica a maneira correcta de escrever com lucidez. (In Dicionário de Filosofia, de Simon Blackburn. Gradiva, 1997.)


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