José Ortega y Gasset (1883–1955)


Filósofo e ensaísta espanhol. Deixou escassa obra filosófica de carácter académico, mas exerceu uma grande influência na modernização da vida intelectual espanhola através dos artigos que escreveu para os jornais e através da sua docência. Nas suas Meditaciones del Quijote (de 1914, trad. ing.Meditations on Quixote, 1961) Ortega procura um caminho intermédio entre o idealismo, que privilegia demasiado a mente, e o realismo, que privilegia demasiado os objectos, encontrando-o na prioridade da vida, ou no composto hegeliano do eu-com-as-coisas. Cada vida é um ponto de vista sobre o universo; a verdade é, portanto, plural, pois nenhum ponto de vista esgota a verdade. Uma vida é um drama, que é escolhido à maneira existencialista. Apesar do seu republicanismo, Ortega y Gasset não tinha muito respeito pelo modo de pensar do vulgo, atolado num empirismo preguiçoso típico do senso comum. Os primeiros princípios, de cariz aristocrático, de um Platão ou de um Descartes, devem ser adoptados com entusiasmo pela sua proficuidade; só um plebeu como Aristóteles poderia querer fundamentá-los na experiência sensível. La Rebelión de las masas(1930, trad. A Rebelião das Massas, 1989, trad. ing. 1931) e En torno a Galileu (1933, trad. ing. Man and Crisis, 1958) são algumas das suas obras. (In Dicionário de Filosofia, de Simon Blackburn. Gradiva, 1997.)


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